terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Existe um ponto a respeito da minha personalidade o qual preciso entender melhor e a respeito do qual costumo recorrentemente fazer julgamentos errôneos. Eu já tentei diversas vezes mudar de estratégia, mas sempre que o faço, sinto que estou traindo a mim mesma.
Não me restou outra saída senão abraçar esse aspecto meu (hora de aplicar, portanto, as queridas auto compaixão e auto aceitação) e olhar para ele com um olhar mais carinhoso, o que é ótimo e tem tudo a ver com ser o meu “Best self”.
Muito embora eu me confunda diversas vezes, porque eu tenho a mania de ser muito modesta (e isso chegou a um ponto prejudicial), na verdade o que eu faço é ser incorrigivelmente honesta em demonstrar o que eu quero, o que eu desejo, e o que eu sonho (e eu faço isso sem o menor esforço) ao mesmo tempo que tento ser diplomática.
Eu estou falando de ser corajosa.
Eu sou transparente e sou aberta e isso pode ser confundido com várias coisas. Quem não se der o tempo de me conhecer vai fazer um julgamento superficial de mim e achar que eu sou muito carente.
Eu percebo que eu sou muito diferente da maioria das pessoas que conheço, mas vez ou outra acontece um encontro de almas que confirma a minha tese. Embora a minha auto estima, nem sempre alta, nuble a minha percepção sobre mim mesma e sobre o mundo, a verdade é que eu tomo muito mais atitudes corajosas do que covardes e talvez seja o momento de reconhecer isso.
Eu sou muito resiliente.
Quantas vezes dei início a conversas na tentativa de resolver problemas, ou trabalhar uma situação difícil? Eu fui proativa, eu lutei pelo que eu queria sob o risco de ser encarada como a chata.
E quando eu resolvi não me acomodar e fazer um segundo curso na tentativa da construir um futuro melhor pra mim, investindo também no meu crescimento pessoal? Justo Direito, um curso que eu via como algo distante de mim.
Eu terminei um relacionamento longo, em que eu gozava de uma estabilidade financeira razoável para voltar pra casa dos meus pais e recomeçar vários aspectos da minha vida do zero. Foi mérito meu sim notar uma desconexão, buscar uma reconexão, reconhecer que ela não aconteceu e fazer um favor pra nós dois, porque eu me importava com uma felicidade legítima.
E quando eu, ao invés de ficar estocando dinheiro, ou gastando com bens materiais de segunda categoria, resolvi comprar uma experiência maravilhosa de vida em outro país? Eu sei que as duas opções são boas (ficar com dinheiro ou partir e viajar, eu reconheço meu privilégio, mas partir exigiu, sim, coragem).
Exige coragem admitir que se está errando em algo, que já que você tem feito as mesmas coisas sempre não é possível esperar resultados diferentes. Exige coragem sim rever seus conceitos, suas crenças, olhar pra dentro, se olhar no espelho e mudar de opinião. Ser flexível, aberta e assumir que você pode estar errada.
Faz parte de um plano de autenticidade.
Eu tenho buscado incessantemente me livrar de relacionamentos abusivos, contornar práticas culturais opressoras e pensado constantemente em uma forma de construir uma carreira que seja ao mesmo tempo significativa e rentável.
Tem sido uma loucura buscar o amor (em mim, mais do que fora de mim). Somos geralmente muito mais duros conosco do que com os outros, mas isso não é outra coisa senão uma bela hipocrisia... Tenho tentado, portanto, deixar que o amor flua de uma maneira mais leve, observando meus pensamentos negativos e meu medo de rejeição.
Tenho tentado perceber quando dizer algo difícil a alguém é um gesto de gentileza, é necessário ou é verdade.
Enfim... Todos os meus esforços pessoais no sentido de fazer não só da minha vida mais significativa, mas da vida daqueles com quem convivo (ainda que isso signifique deixá-los em paz), é passível de ser reconhecido como um ato de generosidade.
Faz parte de notar o valor daquilo que se faz e um exercício de gratidão pela vida que se vive.

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