sábado, 23 de novembro de 2013

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Atingi determinada condição em minha vida, ou aterrissei em um conjunto de circunstâncias resultantes de um longo processo que demandam de mim, agora, um desfecho, uma mudança. Na verdade, não acredito que se tratem de assuntos que possam ser encerrados algum dia... Como algo científico, fruto de um método... Enfim.
Toda essa massa disforme vinha batendo à minha porta há anos... Anos! E eu não consigo encarar tudo isso de maneira cética, seria impossível, e por isso acredito no caráter religioso-exotérico de minha experiência. Digo isso porque, quando consigo entender de modo rudimentar (sentir que entendi, porque eu nunca vou saber ao certo se realmente entendi) as situações que eu vivo e de que costumo reclamar por não entender o sentido e o motivo pelo qual elas se deram, as coisas se encaixam e imagino que algo poderoso esteja acontecendo no plano de fundo da minha vida besta. Haja coragem.
Vejo agora que os meus pedidos, ao contrário do que imaginava, são sim atendidos. Eu peço compreensão, entendimento. E eu os tenho às duras penas, porque não é todo mundo que quer ver aquilo que não é dito; deslocar-se e esforçar-se para se desfazer de suas delusões é doloroso, dá trabalho e é um processo que foge do script padrão da vida de classe média coxinha ao qual tantos almejam.
É mágico quando, apesar do desespero vivido, se atinge um estado de calma e gratidão.


O resumo de tudo isso é: eu preciso conhecer minha identidade. O que eu vestiria se estivesse me vestindo somente para mim mesmo? Que cabelo eu usaria? O que eu faria comigo se eu não pudesse desfrutar da companhia de uma pessoa? Como silenciar os nossos desejos confusos e fazer aquilo que é possível de ser feito e está ao nosso alcance com o coração?


Imagino que para algumas pessoas isso seja uma tarefa de máxima facilidade... Mas não para mim! Com o avançar dos anos percebi o quão difícil é me perceber sem o olhar dos outros... Quantas vezes eu perguntei "Como eu sou?" "O que você acha de mim?"

- Carente! - Era uma resposta frequente que denotava a gravidade daquilo que se passava comigo (vale a pena frisar que quem me respondia essas perguntas eramos os anjos da minha vida, meus amigos, e a existência deles é uma razão pela qual, mais uma vez, eu não posso afastar o caráter etéreo da minha experiência terrena).


A opinião do outro (e principalmente dos homens) sempre contou muito para mim, a ponto de eu me manter perdida numa sopa de conceitos estéticos, morais etc por toda a minha vidinha. Vos digo, carecer de autenticidade tem seu preço... 

Acredito que a presença de alguém deixa transparecer algo. Existe nas pessoas a sua linguagem corporal, aquela primeira impressão. Claro que existem camadas e nem sempre o que se vê é o que o outro é de verdade. Existem milhões de artifícios. Mas tanto faz, não se trata mais uma vez dos outros, mas de como você se sente realmente confortável, independentemente do que os outros pensarão. É a pergunta:
- Como eu reagiria a essa situação se eu fosse eu mesma (+plus: e fizesse com o coração)?


Você pode discordar da minha pergunta, "eu não quero ficar fazendo tudo com o coração! Não ligo pra isso!" - Sem problemas, essa pergunta não é feita pra você, nem por você. Aliás, tanto faz a forma como eu escrevo esse texto, a destinatária dessas palavras sou eu.


Careço, portanto de definição, de firmeza, de centro, de saber o meu objetivo e minha missão nessa vida. Sem isso, sou folha no vento. É hora, portanto, de cerrar a porta (fechar não, né) e perceber o que há dentro do cômodo.



E pra isso eu escolhi também me abster. Isso mesmo, estou terminantemente proibida (por mim mesma) de fazer alguma coisa no intuito de agradar outra pessoa esperando algo em troca. Enquanto eu não sentir que eu sou eu mesma e que eu me amo o suficiente, vai ser assim.Tudo isso vai me demandar muita disciplina e concentração, mas eu estou positiva de que os resultados serão reveladores!


Aos poucos falo mais sobre isso... Não há pressa. Desfrute!

Um resumo disso tudo, aqui: