quinta-feira, 11 de maio de 2017

Trecho do Livro Mulheres, Comida & Deus, de Geneen Roth

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Para descobrir no que você realmente acredita preste atenção ao seu modo de agir e ao que você faz quando as coisas não funcionam do jeito que você acha que deveriam. Preste atenção ao que você dá valor. Preste atenção a em como e em que você gasta seu tempo, seu dinheiro. E preste atenção à maneira como você come.

Você irá descobrir rapidamente se acredita que o mundo é um lugar hostil e se você precisa ter o controle do universo imediato para que as coisas caminhem tranquilamente. Você irá descobrir se acredita que não há o suficiente ao redor e se pegar mais do que precisa é necessário para a sobrevivência. Você irá descobrir se acredita que ficar quieto é insuportável, se ficar sozinho significa ser solitário. Se ter certos sentimentos pode significar ser destruído. Se ser vulnerável é para fracotes ou abrir-se para o amor é um grande erro. E você irá descobrir como você usa a comida para expressar cada uma dessas crenças profundas. 

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E assim, ao decidir que não iria mais pactuar com a crença em minha própria degradação, algo que eu nunca teria imaginado me mostrou: a presença da beleza, a consciência da compaixão e o conhecimento inequívoco de que havia um lugar para mim. Eu não tinha um nome para essa beleza. 

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E, apesar de não ter nenhuma dúvida de que o uso da relação comida como um microcosmo para os nossos sentimentos em relação ao fato de estarmos vivos realmente leva à perda de peso — vi isso milhares de vezes —, a maioria das pessoas ainda reluta em parar de fazer regime e desistir da guerra. 


Tantas garotas perfeitas foram criadas sem qualquer religião organizada... E a maioria de nós conhece a espiritualidade apenas em celebrações obrigatórias nos feriados... Combine nossa falta de busca espiritual com nosso excesso de treino em ambição. E você terá uma geração de meninas sem Deus e sem espiritualidade, criadas sem o senso da própria divindade. Nosso valor no mundo sempre foi relacionado à nossa aparência... E não ao incrível milagre da nossa simples existência. 


Combine a profunda ineficiência das dietas com a falta de inclinação espiritual e teremos gerações de mulheres malucas, vorazes, com aversão a si mesmas. Ficamos tão obcecadas pela ideia de nos livrarmos da nossa obsessão, do nosso sofrimento e da sua mensagem inerente, que deixamos de encontrar partes de nós mesmas embaixo de tudo isso. Melhorar nossa aparência, porém, não é a mesma coisa que nos assumirmos. A verdadeira riqueza da obsessão está na tranqüilidade inefável, na integridade irrefutável encontrada quando nos viramos para sua fonte.


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As inúmeras tentativas de emagrecimento afastam você cada vez mais do que realmente poderia por um fim ao seu sofrimento: voltar a ter contato com quem você realmente é. Sua verdadeira natureza. Sua essência. 


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Durante o processo de resistência ao vazio, no ato de darmos as costas para os nossos sentimentos, ao tentarmos perder os mesmos 10, 20 ou 30 quilos repetidamente, ignoramos o que poderia nos transformar. Quando, porém, abrimos os braços para o que mais queremos evitar, despertamos em nós o que não é história, o que não está preso no passado, o que não é uma velha imagem de nós mesmos. Despertamos a própria divindade.



Trecho do Livro Mulheres, Comida & Deus, de Geneen Roth