terça-feira, 12 de janeiro de 2021

rolleyes

Eu acho curiosíssimo que toda vez que eu me atrevo a pensar em escrever algo por aqui eu sou imediatamente invadida por uma sensação de "quem você pensa que é para achar que pode escrever?".
Meu amor, eu sou alfabetizada, me dê licença!

É tanta gente incompetente ocupando espaço de poder, escrevendo barbaridades, frases sem sentido, que eu vou escrever no meu blog com visualizações nulas, sim! E convenhamos, ainda que fosse um espaço reservado para letrados, qual seria o problema?

Ao mesmo tempo que isso é muito cansativo é algo totalmente autoimposto.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Como vim parar aqui?

Li recentemente que podemos criar significado e propósito em nossas vidas e manter um senso de autoconsciência e bem-estar ao construirmos uma narrativa coerente de nossas experiências vividas. A criação dessas histórias também desenvolveria o conhecimento sobre si mesmo, respondendo a pergunta: quem sou eu?

Refletir sobre as experiências e suas implicações para o self apoiaria a formação de domínios específicos no autoconceito (por exemplo, “eu sou tímido”), mas também aspectos estruturais e avaliativos mais amplos do autoconceito, como a clareza do autoconceito e autoestima. 
Entende-se que uma função central das histórias de vida é criar um senso de significado e propósito a partir de nossas experiências importantes. Através do raciocínio autobiográfico, as histórias de vida alcançam a coerência causal, que inclui narrar a vida em termos de motivações, causas e consequências, acrescentando significado aos eventos. Assim, sem conexões causais, a vida pareceria aleatória e sem significado e propósito... Essas palavras não são minhas, tirei daqui.

Com essa ideia em mente, resolvi narrar aquilo que eu entendi como sendo um capítulo da minha vida. Na verdade, nesse estudo que eu ví não havia a definição do que seria exatamente esse capítulo. Resolvi interpretar livremente, do tipo "maternidade", "amizade" etc. No caso, vou contar como eu vim parar no lugar que eu moro hoje. É uma história que não tem muita graça, ao meu ver, mas tentar descrever esse percurso multifacetado pode ser interessante e benéfico, como vimos.

Primeiramente é importante dizer que, se eu faço planos, a vida ri da minha cara. Acho que todo esforço que eu fiz para criar uma ordem, uma continuidade e uma lógica que vai contra aquela bobagem que diz que os geminianos não costumam terminar os projetos que começam foi em vão. Bom, em segundo, e eu acho que não vou mais seguir nenhuma ordem, talvez seja bom começar do final. Estou onde estou hoje basicamente porque meus pais venderam, em junho de 2016 e contra a minha vontade, a casa onde eu morava e eu precisei morar em algum outro lugar.

O que dizer disso? Por que os pais fazem isso com seus próprios filhos? Como sobreviver? Como olhá-los nos olhos de novo? Existe alguma lição a se aprender com uma experiência desse calibre? São perguntas corriqueiras pra quem vive algo dessa magnitude, alternadas com "o que vou comer de almoço?", "onde está o gato?".

O Que Realmente Importa

Os meus amigos tiveram reações diversas, mas havia a constante de apoio e perplexidade. Era curioso como alguns, desses que vivem um script mais Doriana, simplesmente não conseguiam conceber o que me tinha acontecido. Eu contava e havia um esboço de surpresa, mas também de muita praticidade, do tipo querendo saber quais eram meus novos planos. Meus planos eram tentar sobreviver. É bom frisar que eu não estou reclamando da reação deles, nem os culpando, porque foi algo surreal e incompreensível até pra mim, agora imagine pra eles. Aliás, dentro de todo esse contexto tumultuado, se há algo que eu não posso reclamar, absolutamente, é dos meus amigos. Das minhas amigas, né, vamos combinar. Elas foram e são tudo pra mim. Tenho um sentimento de gratidão e uma dívida infinitos para com elas. Nessa hora eu tenho que deixar a modéstia de lado e me dou parabéns por ter tido a inteligência emocional, ao longo da minha vida, de ter construído relacionamentos fortes, verdadeiros e amorosos. Do contrário, é possível que eu fosse, nesse momento, um molambo do que eu um dia fui.

Esse tópico podia até ficar ao final do texto, para realmente parecer que há uma lição, um moral, mas a importância do que está sendo dito aqui é tão grande que, por uma questão de prioridade, tem que vir em primeiro lugar. Façam amigos, pessoal. Repito, façam amigos, conectem-se. Morri de rir que li um texto do The School of Life, intitulado "Como dizer 'eu te amo' para um amigo"... Eu digo quase todo dia pra alguma amiga diferente que eu a amo. Enfim, não tenho a intenção de criticar o texto, que tem muita serventia se você não consegue expressar o seu amor pelos seus amigos!

Mas o fato é que essa rede de suporte me salvou. Elas estavam lá, embrulhando comigo meus pertences, ao meu lado no percurso para a nova morada, nadando comigo na cachoeira, do outro lado da linha me dando suporte, abrindo suas casas pra me receber quando não havia quem o fizesse, fazendo planos profissionais na tentativa de colar os pedaços do meu implodido projeto de carreira, não me deixando desistir e assim por diante. Ainda que essa situação horrível tenha acontecido, penso no paradoxo do quão sortuda eu sou.

Culpa Cristã

As minhas amigas são maravilhosas, eu já devo ter dito isso a essa altura. Uma delas me apresentou uma perspectiva super interessante a respeito da sua religiosidade. Ela é evangélica e estava me contando que sempre se sentia desconfortável com a interpretação bíblica que ela normalmente via por parte dos padres nas igrejas católicas ou pelos espíritas. Quando conversamos entendi perfeitamente o que ela queria dizer e percebi o quanto temos isso arraigado em nossa cultura, principalmente nas famílias católicas de classe média: É uma noção de que, se estamos sofrendo, esse sofrimento é merecido e que é uma fonte de expiação, ele é quase desejável, purificador, necessário. É com muito sacrifício pessoal e abnegação que devemos conseguir as coisas da vida, não é verdade?

Vamos combinar que, coincidentemente, esse é o tipo de mentalidade que atende perfeitamente quem está em uma posição social de maior prestígio e quer ver os seus subordinados domesticados. No caso, os subordinamos somos nós, a classe trabalhadora, o proletariado, mas há quem se veja como patrão, vai entender. 
Só que, meu amor, Jesus já sofreu na cruz por nós, então nessa vida devemos prosperar, fomos feitos para ser bons, mas também felizes. Não há vergonha no conforto, em conquistar aquilo que desejamos, em tentar amenizar nosso sofrimento e o dos outros. É uma percepção radicalmente simples, mas também contrária ao que normalmente vemos por aí nos meios católicos tradicionais. É claro que o discurso da minha amiga também tem suas raízes liberais, mas isso é outra história. E o que isso tem a ver comigo? Tudo. Entendo que quando incorporamos esse modo de viver a vida estamos muito mais propensos a, diante do surgimento de algumas adversidades, acabarmos adotando posturas destrutivas, de boicote para si e para os outros.

Que ideia é essa de romper com o comodismo e fazer uma segunda graduação? Por que terminar um relacionamento tão seguro e voltar pra casa dos pais? Como eu poderia ousar imaginar viver uma experiência em outro país por 5 meses? Como posso me recusar a tomar conta de uma criança para me dedicar aos meus estudos? Qual a necessidade de falar uma segunda língua estrangeira? Não vai se submeter a um emprego degradante em um escritório onde você terá a sua alegria sugada e vai optar por ter um negócio próprio? É muita audácia mesmo acreditar que se pode viver uma vida nesses moldes. Espero que estejam felizes, o desejo de vocês prevaleceu.

Se olharmos bem para a nossa síndrome de vira lata quando nos comparados aos países de primeiro mundo, isso fica muito claro também. Brinco com minhas amigas que o brasileiro é o ser mais sem autoestima que existe. Uma mulher com autoestima e senso crítico pode causar infinitas más interpretações sobre a sua postura: egoísta, esnobe, autoritária, descontrolada, promíscua. É interessante que, por mais que o seu sofrimento aumente frente às incompreensões que essa mulher levanta, mais habilidade ela precisa ter para lidar com as interpretações equivocadas sobre seus comportamentos, e ela vai se aprimorando. O aumento das tensões é o preço que se paga pela manutenção do próprio brio quando estamos em um ambiente tóxico. As vezes o preço é a própria vida.

Polarização Política, Televisão, Escolhas Pobres

No ano de 2014 eu fui forçada a passar a pensar mais criticamente em questões políticas. Eu já vinha passando por grandes mudanças desde os meus 26 anos, em 2012, a ponto de eu rever grande parte dos meus conceitos sobre diversas questões sociais, então foi um período de muita mudança interna que refletiu inexoravelmente em todas as minhas relações. Amizades e relacionamentos (ruins) acabaram, os bons se estreitaram, e eu pude construir um percurso muito mais rico em amor próprio e, consequentemente, mais leve com as outras pessoas também.

Nesse caminho eu percebi que as pessoas não querer abrir mão de privilégios, ainda que isso signifique o sacrifício de outras pessoas. Que alguns nascem com uma visão de merecimento, ou a constroem e reforçam ao longo da vida de modo que ela se torna completamente distorcida, afastando-se da noção de uma autoestima saudável.

Ficar sem televisão durante alguns anos foi simplesmente essencial para me desintoxicar e me distanciar de fontes de informações duvidosas. O hábito de ver TV, em parceria com outros costumes, me roubava o senso crítico e me anestesiava. Fora o fato de que eu precisava dedicar meu tempo a estudar e me dedicar a assuntos raramente impostos aos seres humanos normais, visto que eu estava em uma faculdade de direito. Eu devo confessar que eu precisei cursar duas faculdades de ciencias humanas pra chegar onde eu cheguei.

Bom, eu estou longe de ser uma erudita, mas vejo que o caminho que eu trilhei desembaçou minhas vistas e me tornou uma criatura incômoda pra quem não quer ver suas comodidades ameaçadas, principalmente em um lar com configurações patriarcais. O meu jeito de ver a vida, a noção de que eu mereço ser feliz e tratada com respeito e carinho, de que eu não sou a propriedade de alguém, de que tenho autonomia intelectual, o fato de eu ter quebrado algumas regras invisíveis e a percepção de quem me representa ou não passou a molestar o "equilíbrio" do meu lar e pairava no ar uma bruma de desprestígio por alguém que ousou questionar porque deveria vestir roupas que não lhe servem mais. Com o clima tenso das eleições e uma série de acontecimentos altamente desgastantes, minha família perdeu o rumo.

Em meio a um tumulto muito mais mental do que real, foram feitas, entre eles, escolhas ao sabor dos acontecimentos. Prefiro pensar que o desespero e o sofrimento eram tanto que não se pensava que poderia haver um futuro. A imediaticidade era mais importante do que as consequências e a cegueira de se ter as necessidades egoísticas satisfeitas foi mais importante do que manter a unidade. Só quem sempre precisou ouvir discursos sobre a importância da família sabe o quanto assistir decisões de uma pobreza infinita envolvendo essa instituição é patético e hipócrita. As pessoas são falhas e ignorantes, inclusive aquelas de quem dependemos e que julgávamos incapazes de nos proporcionar tamanho mal. A vida é cheia de surpresas.

O que aconteceu estava absolutamente fora do meu controle e eu posso apenas lamentar pelo arbítrio alheio. Toda a situação, entretanto, se harmoniza com o desgoverno que temos vivenciado desde então. Se formos pensar por uma perspectiva de que em casa sempre faltou senso crítico e de que as pessoas sempre reproduziram sem filtro o que é repassado pela TV e pelo senso comum, faz todo sentido que algo desse porte tenha acontecido. Se o que eles queriam era me fazer sentir desimportante e abandonada por pensar diferente, dou parabéns, foi um sucesso.

As pouquíssimas alternativas que me surgiram de continuar morando na capital não atendiam minimamente as minhas necessidades. Na verdade, surgiu uma única alternativa, e eu sou grata pela pessoa que ofereceu o quarto da própria filha para que eu pudesse morar, mas o fato de eu ter que doar um animal de estimação temperamental de 6 anos de idade e a iminência da volta da dona do quarto para ocupá-lo foram um dos fatores que me fizeram desistir automaticamente da proposta. Fora o fato de que eu absolutamente não tinha como me sustentar sozinha em uma cidade grande, com custo de vida muito alto. Então eu decidi morar com meu namorado, que gentilmente aceitou viver em minha companhia e com quem divido meus dias até hoje.

Sozinha em um apartamento já vendido, com apenas os meus pertences, um freezer, um microondas e uma gata siamesa, não me restou muita saída a não ser bater em retirada. Encaixotei tudo que eu tinha, aluguei uma Fiorino para transportar todos os meus pertences, chamei meu braço direito para me acompanhar e vim parar aqui onde hoje estou.

Como Vim Parar Nesse Lugar Mental

Essa foi certamente a fase mais desgastante de toda a minha vida e eu não sei se superei (ou vou algum dia superar totalmente) esse episódio. Eu sofri intensamente por 2 anos e houve um momento em que eu achei que eu nunca mais fosse sentir felicidade de novo, eu me sentia em pedaços. As ondas de tristeza foram se tornando mais espaçadas, outras vivências foram ocupando os espaços em branco. Pessoas me salvaram.

Era muito estranho quando eu, recém chegada na cidade, era questionada alegremente pelas pessoas que eu acabava de conhecer o motivo de eu ter me mudado. Algumas vezes eu falava, em outras eu floreava e dava alguma resposta evasiva. Salvadas as devidas proporções, eu experimentei uma sensação de marginalidade, de ser uma pária. Conversei muito sobre isso, contei essa história infinitas vezes, fui a psicólogos, psiquiatras, foi um longo percurso temporal e simbólico.

Se tem algo para o qual essa situação serviu, foi para me descolonizar de conceitos falidos de família. Aliás, o que é família? Pra mim é uma associação de pessoas pautada pelo respeito, permanência frente as inconstâncias, acolhimento, suporte, amor, troca, diálogo, crescimento, embates saudáveis, reconhecimento de potencialidades, liberdade, honestidade, generosidade, restauração da dignidade, colaboração e cooperação. Isso me fez ver também que, se é assim que eu entendo essa instituição, vou ter que construir a minha própria. Não escolhemos a família genealógica em que nascemos, as pessoas têm seus defeitos, fazem suas próprias escolhas, mas nem sempre precisamos permanecer como atores principais para assistir ao final desse filme. Temos que nos livrar de uma culpa que não nos pertence, ter clareza do que merecemos e deixar que os outros lidem com as consequências de suas decisões.

Algumas pessoas se sentiriam feridas de morte ao passarem por uma experiência parecida (ou vocês acham que o que aconteceu é um privilégio meu?), romperiam fatalmente com a sua família e eu as compreendo perfeitamente. Não é fácil lidar com os sentimentos de opressão, rejeição, abandono, solidão, injustiça e humilhação, principalmente quando oriundos de nossos relacionamentos afetivos mais fortes. A tendência é que se faça mesmo uma ruptura, em maior ou menor grau. A opção por permanecer é muito pessoal e, no meu caso, levou em conta todo o histórico de convivência: Na pior das hipóteses, é provável que, em diversos momentos, tenha havido um desejo de acertar. Eu vejo também que existe um arrependimento, embora exista também uma forte incompreensão da magnitude das consequências dessa decisão.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Trecho do Livro Mulheres, Comida & Deus, de Geneen Roth

(...)

Para descobrir no que você realmente acredita preste atenção ao seu modo de agir e ao que você faz quando as coisas não funcionam do jeito que você acha que deveriam. Preste atenção ao que você dá valor. Preste atenção a em como e em que você gasta seu tempo, seu dinheiro. E preste atenção à maneira como você come.

Você irá descobrir rapidamente se acredita que o mundo é um lugar hostil e se você precisa ter o controle do universo imediato para que as coisas caminhem tranquilamente. Você irá descobrir se acredita que não há o suficiente ao redor e se pegar mais do que precisa é necessário para a sobrevivência. Você irá descobrir se acredita que ficar quieto é insuportável, se ficar sozinho significa ser solitário. Se ter certos sentimentos pode significar ser destruído. Se ser vulnerável é para fracotes ou abrir-se para o amor é um grande erro. E você irá descobrir como você usa a comida para expressar cada uma dessas crenças profundas. 

(...)

E assim, ao decidir que não iria mais pactuar com a crença em minha própria degradação, algo que eu nunca teria imaginado me mostrou: a presença da beleza, a consciência da compaixão e o conhecimento inequívoco de que havia um lugar para mim. Eu não tinha um nome para essa beleza. 

(...)

E, apesar de não ter nenhuma dúvida de que o uso da relação comida como um microcosmo para os nossos sentimentos em relação ao fato de estarmos vivos realmente leva à perda de peso — vi isso milhares de vezes —, a maioria das pessoas ainda reluta em parar de fazer regime e desistir da guerra. 


Tantas garotas perfeitas foram criadas sem qualquer religião organizada... E a maioria de nós conhece a espiritualidade apenas em celebrações obrigatórias nos feriados... Combine nossa falta de busca espiritual com nosso excesso de treino em ambição. E você terá uma geração de meninas sem Deus e sem espiritualidade, criadas sem o senso da própria divindade. Nosso valor no mundo sempre foi relacionado à nossa aparência... E não ao incrível milagre da nossa simples existência. 


Combine a profunda ineficiência das dietas com a falta de inclinação espiritual e teremos gerações de mulheres malucas, vorazes, com aversão a si mesmas. Ficamos tão obcecadas pela ideia de nos livrarmos da nossa obsessão, do nosso sofrimento e da sua mensagem inerente, que deixamos de encontrar partes de nós mesmas embaixo de tudo isso. Melhorar nossa aparência, porém, não é a mesma coisa que nos assumirmos. A verdadeira riqueza da obsessão está na tranqüilidade inefável, na integridade irrefutável encontrada quando nos viramos para sua fonte.


(...) 


As inúmeras tentativas de emagrecimento afastam você cada vez mais do que realmente poderia por um fim ao seu sofrimento: voltar a ter contato com quem você realmente é. Sua verdadeira natureza. Sua essência. 


(...)


Durante o processo de resistência ao vazio, no ato de darmos as costas para os nossos sentimentos, ao tentarmos perder os mesmos 10, 20 ou 30 quilos repetidamente, ignoramos o que poderia nos transformar. Quando, porém, abrimos os braços para o que mais queremos evitar, despertamos em nós o que não é história, o que não está preso no passado, o que não é uma velha imagem de nós mesmos. Despertamos a própria divindade.



Trecho do Livro Mulheres, Comida & Deus, de Geneen Roth

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Existe um ponto a respeito da minha personalidade o qual preciso entender melhor e a respeito do qual costumo recorrentemente fazer julgamentos errôneos. Eu já tentei diversas vezes mudar de estratégia, mas sempre que o faço, sinto que estou traindo a mim mesma.
Não me restou outra saída senão abraçar esse aspecto meu (hora de aplicar, portanto, as queridas auto compaixão e auto aceitação) e olhar para ele com um olhar mais carinhoso, o que é ótimo e tem tudo a ver com ser o meu “Best self”.
Muito embora eu me confunda diversas vezes, porque eu tenho a mania de ser muito modesta (e isso chegou a um ponto prejudicial), na verdade o que eu faço é ser incorrigivelmente honesta em demonstrar o que eu quero, o que eu desejo, e o que eu sonho (e eu faço isso sem o menor esforço) ao mesmo tempo que tento ser diplomática.
Eu estou falando de ser corajosa.
Eu sou transparente e sou aberta e isso pode ser confundido com várias coisas. Quem não se der o tempo de me conhecer vai fazer um julgamento superficial de mim e achar que eu sou muito carente.
Eu percebo que eu sou muito diferente da maioria das pessoas que conheço, mas vez ou outra acontece um encontro de almas que confirma a minha tese. Embora a minha auto estima, nem sempre alta, nuble a minha percepção sobre mim mesma e sobre o mundo, a verdade é que eu tomo muito mais atitudes corajosas do que covardes e talvez seja o momento de reconhecer isso.
Eu sou muito resiliente.
Quantas vezes dei início a conversas na tentativa de resolver problemas, ou trabalhar uma situação difícil? Eu fui proativa, eu lutei pelo que eu queria sob o risco de ser encarada como a chata.
E quando eu resolvi não me acomodar e fazer um segundo curso na tentativa da construir um futuro melhor pra mim, investindo também no meu crescimento pessoal? Justo Direito, um curso que eu via como algo distante de mim.
Eu terminei um relacionamento longo, em que eu gozava de uma estabilidade financeira razoável para voltar pra casa dos meus pais e recomeçar vários aspectos da minha vida do zero. Foi mérito meu sim notar uma desconexão, buscar uma reconexão, reconhecer que ela não aconteceu e fazer um favor pra nós dois, porque eu me importava com uma felicidade legítima.
E quando eu, ao invés de ficar estocando dinheiro, ou gastando com bens materiais de segunda categoria, resolvi comprar uma experiência maravilhosa de vida em outro país? Eu sei que as duas opções são boas (ficar com dinheiro ou partir e viajar, eu reconheço meu privilégio, mas partir exigiu, sim, coragem).
Exige coragem admitir que se está errando em algo, que já que você tem feito as mesmas coisas sempre não é possível esperar resultados diferentes. Exige coragem sim rever seus conceitos, suas crenças, olhar pra dentro, se olhar no espelho e mudar de opinião. Ser flexível, aberta e assumir que você pode estar errada.
Faz parte de um plano de autenticidade.
Eu tenho buscado incessantemente me livrar de relacionamentos abusivos, contornar práticas culturais opressoras e pensado constantemente em uma forma de construir uma carreira que seja ao mesmo tempo significativa e rentável.
Tem sido uma loucura buscar o amor (em mim, mais do que fora de mim). Somos geralmente muito mais duros conosco do que com os outros, mas isso não é outra coisa senão uma bela hipocrisia... Tenho tentado, portanto, deixar que o amor flua de uma maneira mais leve, observando meus pensamentos negativos e meu medo de rejeição.
Tenho tentado perceber quando dizer algo difícil a alguém é um gesto de gentileza, é necessário ou é verdade.
Enfim... Todos os meus esforços pessoais no sentido de fazer não só da minha vida mais significativa, mas da vida daqueles com quem convivo (ainda que isso signifique deixá-los em paz), é passível de ser reconhecido como um ato de generosidade.
Faz parte de notar o valor daquilo que se faz e um exercício de gratidão pela vida que se vive.

terça-feira, 3 de junho de 2014


Tradução livre daqui: http://leticiac.tumblr.com/post/62997484956/nevver-how-to-be-productive-larger

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Use

1. Sinto muito. Eu estava errado em _______. Por favor me perdoe. 2. Agradeço por _______. 3. Estou com medo de que _______. 4. Mesmo pensando que estou certo, posso estar errado sobre _____. 5. Estou pensando que o que está faltando em nossas vidas é _______. 6. Estou triste porque minha ação de _______ impede que eu me sinta seguro em meu relacionamento / conexão com você. 7. Eu quero mudar isso. Parece que você está dizendo _______. 8. Isso me lembra de _______. 9. O que eu / você realmente quero é _______. O que eu / você gostaria é ______. 10. Nesta situação, eu / você escolho / escolhi _______. 11. Você estaria disposto a _______. 12. Preciso do seu apoio nesta situação _______. 13. Não fizemos isso bem ... podemos recomeçar? (Ou um “refazer?) 14. O que nós (ou eu) podemos aprender com isso? 15. Obrigado por _____. Obrigado _______. 16. Eu gostaria de conversar ... quando é uma boa hora? 17. Eu te amo. Você é importante para mim. 18. Eu me importo com você e seus sonhos. Eu sei o quão importante _______ é para você. 19. Quero que você seja feliz e tenha o que deseja, e também é bom verificar para ter certeza de que é do seu maior interesse, bem como do nosso relacionamento. 20. Não é fácil ... você trabalharia comigo nisso? Posso fazer minha parte e só você pode fazer a sua. Juntos podemos fazer esse trabalho; caso contrário, não funcionará e desperdiçará nossa energia e tempo.